sábado, 4 de janeiro de 2014

Historia

Ola amigos: como já algumas pessoas me falaram da historia, mesmo pessoalmente cá está mais um bocadinho : é a continuação:
-Alice, sermões não.- Exclamou Mariana, assim que Leandro se afasta.
- Está descansada, eu já nem perco tempo a dar-te na cabeça por causa disto. Não vale a pena, mas o rapaz foi tão simpático, Mariana... Tu tens que deixar essa perseguição de lado.- Responde Alice, com tristeza.
- Ó Alice, ele foi simpático, sim foi, é bonito, é, mas se lhe dessemos gás, ele ia esticar-se. Olha, vou mas é à casa de banho e já volto.
Entretanto, Leandro chegou com os pedidos e brincou - aqui estão. Olha, avisa a tua amiga de que se a água aquecer, não fui eu que a trouxe quente.
Ela sorriu.
-Desculpa a cena da minha prima. Ela é assim, porque tem traumas do passado por resolver. Eu acho que ela precisava de alguém que a fizesse ultrapassar tudo, mas como pudeste ver não é fácil.- Explicou Alice ao novo amigo.
- Ui, ela é cá uma fera. Mas mesmo assim gostei de vos conhecer. São as duas bonitas, e ela mostrou que tem garra... posso saber o vosso nome?
- Claro, eu sou a Alice e a minha prima é a Mariana.
- ah, eu sou o Leandro. Olha, a fera aproxima-se.- brincou ele, fazendo rir Alice, seguidamente pergunta a Mariana - Então Mariana, mais bem-disposta depois do mini-passeio?
-Como é que sabes o meu nome?
-Como disseste, os homens são como as máquinas, sabem tudo. - Brinca o rapaz.
- Tu és mesmo estúpido, deixa-me mas é lanchar em paz- Exaltou -se Mariana.
- Ok, vemo-nos por aí.
-Ó Leandro, se tiveres hora de almoço, anda ter connosco.- Convida Alice, para desagrado da prima.
- Ok, eu tenho hora de almoço ao meio dia. Se puderem, vêm cá almoçar e depois vamos dar uma volta, ah, o lanche é oferta minha.

- Ó Alice, eu estou com vontade de te matar, tu convidaste uma pessoa que nem conheces a andar atrelada a nós. Ainda por cima eu odeio-o.- Refilou Mariana, irritada.
- Mariana, chega! Eu sou muito tua amiga, adoro-te, aturo tudo vindo de ti mas chega! Tu não gostas de ninguém, eu quase não tenho amigos por tua causa, eu gostei imenso do Leandro achei-lhe piada e vou ser amiga dele quer queiras quer não- Disse Alice, chateada e triste com a prima.
- Calma, não precisas de ficar assim. Eu fui apanhada de surpresa, mas está bem, deixa lá o rapaz vir connosco. Não me peças é para ser a miss simpatia com ele.- Cedeu Mariana , ainda contrariada.
- Não, deixa lá, isso era pedir o impossível.
As duas amigas foram para a praia, foram-se divertindo as duas, entre risos, mergulhos banhos de areia, ralhetes da Mariana às crianças que lhe mandavam areia, ou aos rapazes que olhavam.
Alice, por vezes sentia-se sozinha, sobretudo desde que o seu namorado foi para França trabalhar com uns tios. Aí, ficara só com Mariana, ela era divertida, mas as pessoas acabavam por se afastar de Alice por causa de Mariana, e ela sentia-se triste por isso, mas a Mariana era sua prima e melhor amiga, não a podia abandonar, mas passava a vida a pedir desculpa às pessoas pelas asneiras da prima.
- Mariana, temos que ir, chegou a hora do almoço, e combinamos com o Leandro .- Lembrou Alice quando faltavam apenas dois minutos para a hora combinada.
- Fogo, estava a divertir-me tanto. Também só vou porque estou com fome.
Quando chegaram à esplanada, Leandro já estava à espera delas. Juntos encaminharam-se para a casa que o Leandro arrendou, sozinho, pois se vivesse com o pai era longe do seu trabalho. Como a casa estava vazia eles podiam estar à vontade.
- Tens uma casa toda gira Leandro, deve ser fixe morar cá.- Comenta Alice quando chegam.
- É, esta casa é pequenina mas dá para mim e os meus amigos gostam.
- Aposto que as tuas amigas fazem de tudo para se enfiar cá em casa contigo, mas sabes, acho que o interesse delas não é a casa mas sim outra coisa. Insinua Mariana.
- Por acaso estás enganada Mariana. Eu não sou de ter grandes amizades femininas. Além disso, não sou muito de andar com qualquer uma, posso-te dizer que quando encontrar a rapariga certa, vai ser para a vida toda. Eu sou respeitador.
-Daqui a nada estás a dizer que nunca namoraste.
- queres que confirme? É a verdade, eu nunca namorei, porque a maioria das raparigas que conheço são histéricas, gostam de se atirar aos rapazes e eu não gosto disso, e mesmo que tu não gostes de mim, quero que saibas que gosto imenso de saber que não és como elas.
- Pois, está bem está.
- Vamos comer, estou com fome. -Pede Alice como forma de interromper a conversa antes que azedasse.
- Está bem, vamos lá.- Disse Leandro percebendo as intenções da amiga
Durante o almoço, os três amigos conversavam, apesar da Mariana se limitar a lançar umas indirectas, também se divertiu.
-Moras aqui sozinho? E os teus pais?- Perguntou Alice.
- Bom, a minha mãe abandonou-me ainda eu tinha cinco anos,fugiu com o homem com quem mantinha uma relação clandestina. O meu pai descobriu e ela saiu de casa para ir ter com ele.
Desde aí, eu moro sozinho com o meu pai, só que ele ainda trabalha longe daqui, e então eu tive que arranjar uma casa para mim, mas custou-me deixá-lo sozinho. O meu pai é um grande homem, sabem? Trabalhou sempre para que nada me faltasse e ainda ajudava outras pessoas que precisassem.
Ao ouvir a história de Leandro, Mariana ficou petrificada, pois aquela história era semelhante à dela, igual à que tanto a fazia odear os homens. Agora ela percebera que tudo o que o Leandro disse de não gostar de todo o tipo de mulheres poderia ser verdade. Ela tinha de conversar com ele.
- Deve ter sido duro para ti o que a tua mãe fez, não? Perguntou, desta vez Mariana, já meio arrependida de ter maltratado Leandro.
- Muito mesmo! O meu pai amava-a tanto, fazia tudo o que ela queria. Tudo mesmo! Até se chateou com a família por causa dela e ela fez aquilo.
Estás a ver porque é que eu nem sempre dou confiança às mulheres?
Com o pretexto de ir lavar a loiça, Alice deixou-os a sós.
- Mais ou menos. Sabes, comigo aconteceu uma situação idêntica. Os meus pais davam-se lindamente, até que um dia eu e a minha mãe fomos passear a pé e vimos o meu pai enroladinho, no carro com outra mulher.
Mariana começa então a chorar e Leandro agarra-lhe uma mão como forma de dar força.
Foi horrível! Eu nunca mais consegui olhar para a cara de um homem, nunca mais consegui ultrapassar isto. O pior de tudo é que a minha mãe teve uma depressão e tentou o suicídio por causa disso. O meu pai também era tudo para ela.- Desabafou Mariana, sentido-se reconfortada com o abraço de Leandro.
- Bom, mas não penses mais nisso, aliás, nós temos que ultrapassar isto. Eu vou ajudar-te e tu se quiseres ajudas-me a mim. Tranquilizou Leandro, percebendo que por detrás daquele bloco de gelo estava uma rapariga muito frágil.
- Obrigada, e desculpa... eu fui uma parva contigo. Não devia ter sido.
- Mas fizeste bem, porque se não fosses assim se calhar não nos tornávamos amigos. Isto é, se quiseres ser minha amiga.
- Claro que quero! E dá-te por orgulhoso, pois foste o único rapaz que me fez dar-lhe um sorriso e pedir desculpa.
- OK, orgulho recebido (ambos riem abertamente, e Alice observa-os na esperança que isto seja o que Mariana precisava.)
O resto da tarde passou-se calma e serena com os três amigos a conversarem animadamente, apesar de Mariana ainda se sentir muito pouco à vontade com Leandro.
Ao fim da tarde, as duas primas dirigiram-se para casa. Com Mariana calada durante o regresso, foi Alice quem quebrou o silêncio:
-Mariana, o que tens? Estás muito calada, nem sequer reclamas de estar um trânsito caótico na estrada! Não é normal.
Mariana ficou alarmada. Não queria revelar a Alice os seus verdadeiros sentimentos, mas também não lhe queria mentir. Pensou um pouco e decidiu contar meia-verdade.
- É a história do Leandro. Mexeu comigo saber que ele tal como eu viveu uma desilusão com um dos pais. Fiquei algo sensibilizada.
Alice nem queria acreditar no que ouvira! A sua prima muito raramente, senão nunca mesmo, se sensibilizava. Porque é que agora iria ser diferente?
-Mariana, é mesmo só isso que se passa? Desculpa perguntar, mas é estranho tu preocupares-te assim com alguém.
-Alice, ele passou o mesmo que eu passei. Eu compreendo o que ele sente, não é como qualquer pessoa- respondeu Mariana, um pouco ofendida pela prima pensar que ela era mesmo um cubo de gelo.
- OK, Mariana, desculpa. Se realmente passaram os dois pelo mesmo é natural que se compreendam bem um ao outro.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

NOVIDADE: HISTÓRIA: capitulo 1

Como disse numa das primeiras publicações estava a escrever uma história para colocar cá no blogue, pois bem a historia está concluida, cá está o 1º capitulo, espero que gostem:

Mariana era uma jovem de 23 anos, bonita, inteligente, mas com um grande problema de insegurança, muito ciumenta, rebelde e algo desequilibrada.
Tudo porque aos 10 anos descobriu que o seu pai tinha amantes
. Desde essa altura ficou a viver só com a mãe. Para além das múltiplas qualidades e defeitos, Mariana tinha ódio de todos os rapazes que se aproximavam dela, e às raparigas pouco ligava. Sendo assim, só tinha como amiga a sua prima Alice, que ao contrario dela, era muito meiga com toda a gente e preocupava-se muito em ajudar os outros.

Leandro era um rapaz bonito, simpático, dócil com toda a gente com que se cruzava, tinha 23 anos, trabalhava numa esplanada na praia e tinha muitos amigos. Os seus colegas admiravam-se, porque, sendo ele como era, nunca tinha namorado, mas ele apenas respondia que ainda não tinha encontrado a pessoa certa.

Numa manhã de Verão, Mariana e Alice decidiram ir até à praia dar um passeio.
Ao chegarem, encaminharam-se à esplanada para tomarem o pequeno-almoço.
         -  Está um dia bonito para vir à praia, não achas?- Perguntou Mariana à prima, que concordou.
          -Sim, tens razão, está um dia óptimo. Mal posso esperar para ir dar um mergulho e conhecer rapazes giros, se bem que apesar de ele estar em França eu só tenho olhos para o meu Joãozinho.
           -Alice, se pensas que vim para aqui para aturar atiradiços com a mania que todas lhe caem aos pés, vou-me já embora. - Refilou Mariana um pouco chateada.
          -Pronto Mariana, tem calma, eu estava só a brincar. Além disso, nem todos os homens são atiradições. Olha o João, por exemplo, é uma joia.- Acalmou Alice.
         -Deve ser... Olha, não te ponhas a pau que ele daqui a nada chega aí com uma francesa e depois quero ver a jóia que ele é.- insinuou Mariana.
          -Olha, vamos chamar o rapaz de mesa antes que eu fique mal humorada como tu.- Exclamou Alice, magoada com a forma como a prima acabara de faar do namorado.
            -Ah? Que queres dizer com isso?
           - Sabes muito bem que sou muito compreensiva contigo mas não gosto quando falas mal do meu namorado. Ele já te ajudou e tu sabes.- explicou Alice, mostrando o seu ressentimento.
           - Então meninas, bom dia, que vão querer?- Questionou Leandro, o rapaz de mesa, ao aproximar-se delas.
          - Para mim é um sumo de laranja e uma tosta mista.- Pede Alice com um sorriso como é hábito dela. Seguidamente, dá a palavra a Mariana que  exclama secamente:
         -Para mim pode ser uma água e um croissant misto.
        -A água é fresca, certo?
        - Claro, ó inútil! Achas que vou beber água natural com este calor?- Explode Mariana, deixando Leandro atordoado.
        - Calma, peço imensa desculpa, mas é uma pergunta normal para quem pede uma água.
        - ah ta bem, já me esquecia que os homens são todos pré-fabricados.
        - Olha, desculpa lá, mas estás a exceder-te um bocado não?  Para começar, não acho que a minha pergunta tenha incomodado ninguém, e além disso, pedi desculpa, fui educado.- Disse Leandro com uma pinta de irritação, antes de concluir ironicamente- Se o incómodo for assim tão grande, para a próxima responde antes de eu perguntar.

       - Pois, se eu sabia tinha visto o manual de perguntas estúpidas. Vocês homens são todos iguais.
       - Ah ok, já vi que o teu problema não é comigo, mas com os homens em geral. Pois olha, digo-te já que não somos todos iguais. Reconheço que há homens que são umas bestas, mas também há homens que não o são. Tu devias conhecer mais as pessoas antes de as tratar mal, mas pronto estás desculpada.- Aconselhou Leandro pacificamente, e acrescentou- Trago já aqui os vossos pedidos.
             - Obrigada, e desculpe este pequeno incidente. – Agradeceu Alice docilmente.          
          - Não tem mal. E tratem-me por tu.- Pediu Leandro sorrindo.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Homenagem

Ola Malta,  esta publicação é um pouco diferente das outras, pois vouy falar-vos um pouco sobre uma pessoa que eu adoro e admiro, e a qual posso estar prestes a perder.
Essa pessoa é o meu bisavô, numa palavra descrevelo-ia como único.
Apesar da sua idade bastante avançada, ele nunca conseguiria ver uma pessoa precisar dele sem ir ajudar, estava sempre lá para toda a gente, é impossivel alguém não gostar dele, só mesmo quem não o conhece.
Sempre foi um exelente marido, pai avô e o melhor bisavô que eu poderia ter tido.
Nunca me irei esquecer das nossas brincadeiras quando eu era criança, de quando ele ia com as suas ovelhinhas para o campo e eu corria atrás delas e ele ria-se, os nossos natais em familia jamais serão os mesmos, aliás a minha família jamais será a mesma sem o nosso pilar, o nosso ponto de união.
Meu querido Bisavô independentemente do que aconteça daqui para o futuro hás-de ser sempre o meu heroi, adoro-te muito, estarás sempre no meu coração.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Boas noticias.

Ola maltinha da Dany
Trago boas noticias para voces, é que já terminei as minhas formações e agora tenho mais tempo para vir cá ao blogue dar uma reviravolta nisto que está um pouco parado né?
Mas também há uma má noticia, o meu querido bisavô está mal no hospital e pode não durar muito mais tempo, é muito mau ve-lo sofrer e não puder fazer nada, por isso a minha inspiração anda um bocadinho para baixo mas eu vou me esforçar.
A outra boa noticia é que a historia 2ue vos prometi está quase pronta e dentro de em breve vai estar cá para vocês verem :)
Beijinhos meus malucos (no sentido carinhoso claro)

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Cá está uma historia escrita pelo meu grande ajudante e amigo Samuel Rocha :)

            4 de novembro de 2005 – 14h30
           
            -Não aguento mais, Bruno!
            -Lamento imenso, mas não há mais nada que possamos fazer. Sei perfeitamente que a vida está difícil para todos, mas neste tipo de situações, a caridade torna-se menos relevante e a pobreza flutua como uma singela pétala flutuando no oceano, sem nada que a derrube. Tenho pena, Marta, mas não podemos continuar a tolerar esta situação.
            O sangue começava a fervilhar e todos os maus pensamentos cobriam agora esta mente assombrada e indefesa. Em câmara lenta, a mão esquerda desta mãe direccionava-se ao bolso da parte de trás das calças, enquanto que a outra servia de arma imaginária, apontada ao rosto do jovem funcionário da sucursal bancária, que ia proclamando poesia à medida que falava com Marta.
            A tensão anunciava-se forte naquele instante. Bastava um gesto, um simples gesto, para que tudo o que até ali fora construído, desaparecesse por completo. Os olhares cruzavam-se como flechas. As vozes, retraídas pelo receio, mantinham-se guardadas no abismo.
            -Marta, tente acalmar-se. Eu conheço a sua situação e sei exactamente pelo que está a passar. Pense no seu filho. Será que quer que o seu filho veja a mãe como uma assassina? Quer deixar o seu filho ao abandono, sem dar luta? Tenha calma, Marta.
            -Sem dar luta?! Você pensa que eu tenho estado fechada em casa, a ver televisão ou a jogar cartas? Sem dar luta?! Não tenho feito outra coisa senão lutar pela felicidade do meu filho, mas ao que parece, as minhas forças não são suficientes. Não é você que não tem nada no frigorífico durante dias a fio. Não é o senhor administrador que se vê obrigado a prostituir-se para que o seu filho sorria a cada dia que passa. Não é você que acorda a chorar e se deita sem mais lágrimas. A minha alma está seca, completamente destruída! E ainda me pede luta? Eu só não me mato agora mesmo, porque o meu filho precisa de alguém para cuidar dele, já que o anormal do pai decidiu deixar-me sozinha... a lutar. E ainda me pede luta, Bruno? Nenhum de vocês aqui presentes sabe o que é lutar. Vocês julgam sabê-lo, mas a verdade é que as vossas vidas são de tal forma confortáveis que nunca vos deram a possibilidade de sofrer por vocês e pelos que vos rodeiam.
            As lágrimas e os gaguejos faziam-se agora ver. De joelhos, Marta continuava a súplica:
            -O meu Rui não tem nada para comer. Ele... ele não tem culpa da mãe que tem. Ele não tem culpa da mãe que tem!!! – gritou, dirigindo-se à porta da sucursal.
           
            15h45

            O corpo já pouco reagia aos estímulos provocados pelos fortes raios de Sol que se faziam sentir. O olhar, fixando a areia, era o espelho do precipício. Marta não tinha nada. Nem dinheiro. Nem saúde mental. Nem vontade de viver. Apenas o filho.
            O cenário paradisíaco não a apaziguava. Casa penhorada e vida na rua fariam parte do seu destino, um destino do qual o seu filho fazia parte.
            Com dez minutos de caminhada, Marta parou inconscientemente. Olhando para trás, reparou que as suas pegadas eram as únicas que deformavam as ondulações naturais do areal. O trajecto era idêntico ao trajecto da sua vida: longo, sinuoso e sem início preciso. Marta sentiu, naquele instante, que aquele era o ponto final da sua vida. Tudo correu mal. Porque haveriam as coisas de mudar?
            Do bolso, retirou uma foto de Rui e olhou atentamente para a mesma. Aquele sorriso contagioso fê-la sorrir.
            Foi com esse sorriso marcante na sua mente que desatou a correr em direcção ao mar, robusto por sinal, sem vontade de voltar à última pegada do trajeto que havia construído momentos antes. Os seus cabelos voavam à medida que as ondas batiam na areia molhada. A água, gélida, cobria-a agora até aos joelhos. Tropeçando na força da água, Marta bateu com a cabeça no mar violento e impiedoso. O silêncio chegara.

            10 de novembro de 2005 – 21h20

            Rui estava encostado a um muro, o muro de uma casa abandonada e em ruínas. Acanhado, ia olhando à sua volta, lembrando alguém com receio da presença humana. O sofrimento estava estampado na sua face, magra e sem expressão. Rui, a noite e quem estava “dentro” da casa desmoronada eram os únicos actores da vida naquela rua sombria.
            Um mendigo, ainda que bem vestido, aproximava-se de Rui, que tremia agora desalmadamente. O medo era evidente.
            -Olá. – disse o sem-abrigo num tom sorridente.
            -Não tenho nada para lhe dar. – respondeu Rui, ingenuamente.
            -Não quero nada de ti. Gostava apenas de saber porque estás aqui sozinho. Os teus pais?
            O filho de Marta, sem saber o que dizer, virou costas à intimidante figura que se mantinha à sua frente. Um toque no ombro seguiu-se e Rui não hesitou em virar-se, estimulado, mais uma vez, pelo receio.
            -Como é que te chamas?
            -Rui. – respondeu, hesitante.
            -Muito bem. E o que fazes aqui? Podes contar-me. Eu posso ajudar-te. Estás perdido?
            -Não.
            Alguns segundos passaram até que o menino interveio novamente:
            -Baixe-se. – pediu – Baixe-se!
            O mendigo seguiu o pedido. Num tom relativamente baixo, Rui continuou:
            -A minha mãe está ali dentro com um homem. Temos vindo para aqui todos os dias desde que ela voltou para casa de uma viagem que fez. Não entendo porque é que temos de vir, mas ela diz que não me pode deixar em casa sozinho, porque é perigoso. Eu fico sempre aqui neste sítio, com medo. Ela não me deixa ver o que eles estão a fazer. Mas não lhe conte o que eu lhe disse, está bem?
            O sem-abrigo manteve-se com a mesma expressão com que chegara, como se já soubesse o que se passava.
            -Não te preocupes. Eu não lhe digo nada. – pausou – Se eu te pedir uma coisa, confias em mim?
            -Sim.
            -Vamos deixar um papel aqui no sítio onde estavas para que a tua mãe saiba que vieste para minha casa. Depois vai lá buscar-te e vão para vossa casa. Pode ser?
            -Tu tens casa?

            23h00

            A campaínha tocou. Rui veio à porta, entusiasmado, para descobrir de quem se tratava. Era Marta.
            -Filho! O que é que se passou?
            -Mãe, entra. Há um senhor que quer falar contigo.
            Marta entrou, duvidando do que se estava a passar. Repentinamente, o mendigo, já transformado, entrou na sala. Era Bruno.
            -Marta, não vou deixar-te continuar com isto. Tentas matar-te e ainda levas o teu filho para o mundo da prostituição? Não me tinhas dito que estavas a lutar por uma vida melhor? Achas que é a melhor forma de fazê-lo? Olha para ele, Marta! – disse, apontando para o pequeno Rui – Olha, Marta! Achas que ele merece estar ao relento enquanto tu te vendes a preço de ouro? E a tua dignidade? E as memórias que ele guardará para sempre? Vais parar com isto! Vais parar com isto imediatamente! Se tens amor próprio, vais terminar já com este inferno!
            Marta sentou-se no sofá, desamparada.
            -Vais ficar aqui a dormir até organizares a tua vida. Sim, porque isto que tu levas não é vida. É um tormento, tanto para ti como para o teu filho. Vais portanto começar de novo. Eu estou aqui para te ajudar no que for preciso, não como administrador de um banco, mas como amigo. Deixa-me ajudar-te...

            17 de agosto de 2006

            -Mãe, estás mais bonita do que nunca!
            Marta sorriu. Não era um sorriso sofredor, mas algo verdadeiro. Finalmente um sorriso sentido.
            A igreja estava pronta, assim como o padre, que começava a inquietar-se com a ausência da noiva. Marta chegou pouco depois com o seu pequeno Rui, que levava as alianças.
            O dia foi passado sem incidentes, ao contrário da vida da progenitora, pelo menos até então.
           

            Um anjo desceu do céu, salvou-a das garras do mar e dos murros da prostituição. Marta, agradecida, deu a Bruno parte do coração.

Espero que gostem e peço muita desculpa por não vir cá tantas vezes como gostava

sábado, 9 de novembro de 2013

Imagens que me inspiram

Olá, hoje venho cá para vos mostrar algumas imagens que gosto de ver, apenas olhar, ou observar e imaginar algo, ou então para reflectir e tentar desanuviar a cabeça.

 Estas simples gotas de água fascinam-me, porque fazem me pensar nas gotas de lágrimas, sofridas, ou emocionadas .

 Estas imagens, da borboleta e da água fazem-me pensar na beleza da natureza, sim porque esta é tão linda e muitas vezes nós sujamo-la sem dó nem piedade.






Este é simplesmente o carro mais lindo que já vi, queria um igual.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

DESCULPEM!!!!!!!!

Peço-vos imensa desculpa por esta ausência., mas tenho andado super ocupada, com a história que vou meter cá no meu cantinho, e ta,mbém com formações que ando a fazer, posso vos dizer que tenho formação todos os dias, isso rouba-me tempo, depois o trabalho e a limpeza da casa, quase não tenho tempo para tudo.
Eu sei que prometi vir cá todos os dias, mas nessa altura eu ainda não sabia que iria andar tão sobrecarregada.
Peço-vos que compreendam e não se afastem do blogue porque a qualquer momento pode sair qualquer coisinha, sabem como é é sempre bom fazer formações e isso é a minha prioridade neste momento, instruir-me.
Peço-vos também sugresões para temas que eu posso publicar no blogue, escrevem num comentario e eu escrevo sobre esse tema :)
Fiquem bem :)