sábado, 4 de janeiro de 2014

Historia

Ola amigos: como já algumas pessoas me falaram da historia, mesmo pessoalmente cá está mais um bocadinho : é a continuação:
-Alice, sermões não.- Exclamou Mariana, assim que Leandro se afasta.
- Está descansada, eu já nem perco tempo a dar-te na cabeça por causa disto. Não vale a pena, mas o rapaz foi tão simpático, Mariana... Tu tens que deixar essa perseguição de lado.- Responde Alice, com tristeza.
- Ó Alice, ele foi simpático, sim foi, é bonito, é, mas se lhe dessemos gás, ele ia esticar-se. Olha, vou mas é à casa de banho e já volto.
Entretanto, Leandro chegou com os pedidos e brincou - aqui estão. Olha, avisa a tua amiga de que se a água aquecer, não fui eu que a trouxe quente.
Ela sorriu.
-Desculpa a cena da minha prima. Ela é assim, porque tem traumas do passado por resolver. Eu acho que ela precisava de alguém que a fizesse ultrapassar tudo, mas como pudeste ver não é fácil.- Explicou Alice ao novo amigo.
- Ui, ela é cá uma fera. Mas mesmo assim gostei de vos conhecer. São as duas bonitas, e ela mostrou que tem garra... posso saber o vosso nome?
- Claro, eu sou a Alice e a minha prima é a Mariana.
- ah, eu sou o Leandro. Olha, a fera aproxima-se.- brincou ele, fazendo rir Alice, seguidamente pergunta a Mariana - Então Mariana, mais bem-disposta depois do mini-passeio?
-Como é que sabes o meu nome?
-Como disseste, os homens são como as máquinas, sabem tudo. - Brinca o rapaz.
- Tu és mesmo estúpido, deixa-me mas é lanchar em paz- Exaltou -se Mariana.
- Ok, vemo-nos por aí.
-Ó Leandro, se tiveres hora de almoço, anda ter connosco.- Convida Alice, para desagrado da prima.
- Ok, eu tenho hora de almoço ao meio dia. Se puderem, vêm cá almoçar e depois vamos dar uma volta, ah, o lanche é oferta minha.

- Ó Alice, eu estou com vontade de te matar, tu convidaste uma pessoa que nem conheces a andar atrelada a nós. Ainda por cima eu odeio-o.- Refilou Mariana, irritada.
- Mariana, chega! Eu sou muito tua amiga, adoro-te, aturo tudo vindo de ti mas chega! Tu não gostas de ninguém, eu quase não tenho amigos por tua causa, eu gostei imenso do Leandro achei-lhe piada e vou ser amiga dele quer queiras quer não- Disse Alice, chateada e triste com a prima.
- Calma, não precisas de ficar assim. Eu fui apanhada de surpresa, mas está bem, deixa lá o rapaz vir connosco. Não me peças é para ser a miss simpatia com ele.- Cedeu Mariana , ainda contrariada.
- Não, deixa lá, isso era pedir o impossível.
As duas amigas foram para a praia, foram-se divertindo as duas, entre risos, mergulhos banhos de areia, ralhetes da Mariana às crianças que lhe mandavam areia, ou aos rapazes que olhavam.
Alice, por vezes sentia-se sozinha, sobretudo desde que o seu namorado foi para França trabalhar com uns tios. Aí, ficara só com Mariana, ela era divertida, mas as pessoas acabavam por se afastar de Alice por causa de Mariana, e ela sentia-se triste por isso, mas a Mariana era sua prima e melhor amiga, não a podia abandonar, mas passava a vida a pedir desculpa às pessoas pelas asneiras da prima.
- Mariana, temos que ir, chegou a hora do almoço, e combinamos com o Leandro .- Lembrou Alice quando faltavam apenas dois minutos para a hora combinada.
- Fogo, estava a divertir-me tanto. Também só vou porque estou com fome.
Quando chegaram à esplanada, Leandro já estava à espera delas. Juntos encaminharam-se para a casa que o Leandro arrendou, sozinho, pois se vivesse com o pai era longe do seu trabalho. Como a casa estava vazia eles podiam estar à vontade.
- Tens uma casa toda gira Leandro, deve ser fixe morar cá.- Comenta Alice quando chegam.
- É, esta casa é pequenina mas dá para mim e os meus amigos gostam.
- Aposto que as tuas amigas fazem de tudo para se enfiar cá em casa contigo, mas sabes, acho que o interesse delas não é a casa mas sim outra coisa. Insinua Mariana.
- Por acaso estás enganada Mariana. Eu não sou de ter grandes amizades femininas. Além disso, não sou muito de andar com qualquer uma, posso-te dizer que quando encontrar a rapariga certa, vai ser para a vida toda. Eu sou respeitador.
-Daqui a nada estás a dizer que nunca namoraste.
- queres que confirme? É a verdade, eu nunca namorei, porque a maioria das raparigas que conheço são histéricas, gostam de se atirar aos rapazes e eu não gosto disso, e mesmo que tu não gostes de mim, quero que saibas que gosto imenso de saber que não és como elas.
- Pois, está bem está.
- Vamos comer, estou com fome. -Pede Alice como forma de interromper a conversa antes que azedasse.
- Está bem, vamos lá.- Disse Leandro percebendo as intenções da amiga
Durante o almoço, os três amigos conversavam, apesar da Mariana se limitar a lançar umas indirectas, também se divertiu.
-Moras aqui sozinho? E os teus pais?- Perguntou Alice.
- Bom, a minha mãe abandonou-me ainda eu tinha cinco anos,fugiu com o homem com quem mantinha uma relação clandestina. O meu pai descobriu e ela saiu de casa para ir ter com ele.
Desde aí, eu moro sozinho com o meu pai, só que ele ainda trabalha longe daqui, e então eu tive que arranjar uma casa para mim, mas custou-me deixá-lo sozinho. O meu pai é um grande homem, sabem? Trabalhou sempre para que nada me faltasse e ainda ajudava outras pessoas que precisassem.
Ao ouvir a história de Leandro, Mariana ficou petrificada, pois aquela história era semelhante à dela, igual à que tanto a fazia odear os homens. Agora ela percebera que tudo o que o Leandro disse de não gostar de todo o tipo de mulheres poderia ser verdade. Ela tinha de conversar com ele.
- Deve ter sido duro para ti o que a tua mãe fez, não? Perguntou, desta vez Mariana, já meio arrependida de ter maltratado Leandro.
- Muito mesmo! O meu pai amava-a tanto, fazia tudo o que ela queria. Tudo mesmo! Até se chateou com a família por causa dela e ela fez aquilo.
Estás a ver porque é que eu nem sempre dou confiança às mulheres?
Com o pretexto de ir lavar a loiça, Alice deixou-os a sós.
- Mais ou menos. Sabes, comigo aconteceu uma situação idêntica. Os meus pais davam-se lindamente, até que um dia eu e a minha mãe fomos passear a pé e vimos o meu pai enroladinho, no carro com outra mulher.
Mariana começa então a chorar e Leandro agarra-lhe uma mão como forma de dar força.
Foi horrível! Eu nunca mais consegui olhar para a cara de um homem, nunca mais consegui ultrapassar isto. O pior de tudo é que a minha mãe teve uma depressão e tentou o suicídio por causa disso. O meu pai também era tudo para ela.- Desabafou Mariana, sentido-se reconfortada com o abraço de Leandro.
- Bom, mas não penses mais nisso, aliás, nós temos que ultrapassar isto. Eu vou ajudar-te e tu se quiseres ajudas-me a mim. Tranquilizou Leandro, percebendo que por detrás daquele bloco de gelo estava uma rapariga muito frágil.
- Obrigada, e desculpa... eu fui uma parva contigo. Não devia ter sido.
- Mas fizeste bem, porque se não fosses assim se calhar não nos tornávamos amigos. Isto é, se quiseres ser minha amiga.
- Claro que quero! E dá-te por orgulhoso, pois foste o único rapaz que me fez dar-lhe um sorriso e pedir desculpa.
- OK, orgulho recebido (ambos riem abertamente, e Alice observa-os na esperança que isto seja o que Mariana precisava.)
O resto da tarde passou-se calma e serena com os três amigos a conversarem animadamente, apesar de Mariana ainda se sentir muito pouco à vontade com Leandro.
Ao fim da tarde, as duas primas dirigiram-se para casa. Com Mariana calada durante o regresso, foi Alice quem quebrou o silêncio:
-Mariana, o que tens? Estás muito calada, nem sequer reclamas de estar um trânsito caótico na estrada! Não é normal.
Mariana ficou alarmada. Não queria revelar a Alice os seus verdadeiros sentimentos, mas também não lhe queria mentir. Pensou um pouco e decidiu contar meia-verdade.
- É a história do Leandro. Mexeu comigo saber que ele tal como eu viveu uma desilusão com um dos pais. Fiquei algo sensibilizada.
Alice nem queria acreditar no que ouvira! A sua prima muito raramente, senão nunca mesmo, se sensibilizava. Porque é que agora iria ser diferente?
-Mariana, é mesmo só isso que se passa? Desculpa perguntar, mas é estranho tu preocupares-te assim com alguém.
-Alice, ele passou o mesmo que eu passei. Eu compreendo o que ele sente, não é como qualquer pessoa- respondeu Mariana, um pouco ofendida pela prima pensar que ela era mesmo um cubo de gelo.
- OK, Mariana, desculpa. Se realmente passaram os dois pelo mesmo é natural que se compreendam bem um ao outro.

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